Como funciona o BMW Z4 GT3 adaptado para Alex Zanardi.
Alex Zanardi nunca vai parar. Depois do acidente que lhe amputou as duas pernas, o piloto competiu no WTCC com um carro adaptado, afastou-se das pistas para se dedicar ao handcycling, ganhou duas medalhas de ouro nas Paraolimpíadas de Londres, em 2012 e agora está de volta às pistas na Blancpain GT Series.
Apesar de usar próteses nas pernas, Zanardi não consegue usá-las pra pilotar — suas pernas foram amputadas na altura da coxa, e por isso ele não consegue fazer os movimentos necessários para trocar os pés protéticos de pedal. Geralmente as adaptações para deficientes físicos incluem um câmbio automático convencional que não precisa ser operado durante a condução, e acionamentos manuais para acelerador e freio. Mas para participar de uma categoria de automobilismo, você precisa se enquadrar às regras, e na Blancpain series, os carros usam câmbios sequenciais, com embreagem de acionamento hidráulico como os carros de F1 — a embreagem é operada por uma borboleta no volante, ou um manete na alavanca de câmbio.
Sendo assim, Zanardi precisa operar a embreagem para arrancar com o carro, precisa trocar as marchas pelas borboletas, acelerar, frear e ao mesmo tempo operar tudo o que é preciso operar dentro de um carro de corridas: balanceamento dos freios, rádio com os boxes, mapeamento do motor, faróis e limpadores de para-brisa, e até beber água durante a prova.
Por isso seu BMW Z4 usa uma configuração feita especificamente para ele nas corridas da Blancpain. Os freios do carro são operados pela perna direita de Zanardi. A prótese fica permanentemente apoiada no pedal, mas sem ter como usar a musculatura da coxa para pressioná-lo, o italiano usa seu quadril para frear o carro.
Com o quadril ocupado com a frenagem, ele precisa operar o acelerador com as mãos. Isso é feito com a ajuda de um aro de metal atrás do volante. Basta puxá-lo e o carro acelera com a mesma sensibilidade possibilitada por um pedal.
Como o acelerador precisa estar sempre puxado, a troca de marchas também não pode ser convencional, com uma borboleta em cada lado do volante, então a BMW desenvolveu um sistema de troca de marchas com a mão direita, muito parecido com o que havia no antigo BMW 135i: puxar a borboleta com o indicador aumenta a marcha, empurrá-la com o polegar, reduz.
Por último, a embreagem é uma aleta posicionada no raio inferior do volante, mas ela só é usada para arrancar o carro na largada e nos pits. Para ilustrar melhor, os organizadores da Blancpain GT Series fizeram um vídeo bem ilustrativo com o piloto italiano.
Entendeu o processo? Então tente repetir os movimentos necessários aí na sua cadeira: empurre o joelho para a frente com o quadril para frear, segure um aro de metal pressionado contra o volante para acelerar, troque as marchas fazendo tudo isso enquanto empurra uma borboleta com o polegar.
A operação é difícil só de ler, mas eu e vocês sabemos muito bem que para Alessandro Zanardi, não existem obstáculos.
Fonte: Flat Out
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Alex Zanardi nunca vai parar. Depois do acidente que lhe amputou as duas pernas, o piloto competiu no WTCC com um carro adaptado, afastou-se das pistas para se dedicar ao handcycling, ganhou duas medalhas de ouro nas Paraolimpíadas de Londres, em 2012 e agora está de volta às pistas na Blancpain GT Series.
Apesar de usar próteses nas pernas, Zanardi não consegue usá-las pra pilotar — suas pernas foram amputadas na altura da coxa, e por isso ele não consegue fazer os movimentos necessários para trocar os pés protéticos de pedal. Geralmente as adaptações para deficientes físicos incluem um câmbio automático convencional que não precisa ser operado durante a condução, e acionamentos manuais para acelerador e freio. Mas para participar de uma categoria de automobilismo, você precisa se enquadrar às regras, e na Blancpain series, os carros usam câmbios sequenciais, com embreagem de acionamento hidráulico como os carros de F1 — a embreagem é operada por uma borboleta no volante, ou um manete na alavanca de câmbio.
Sendo assim, Zanardi precisa operar a embreagem para arrancar com o carro, precisa trocar as marchas pelas borboletas, acelerar, frear e ao mesmo tempo operar tudo o que é preciso operar dentro de um carro de corridas: balanceamento dos freios, rádio com os boxes, mapeamento do motor, faróis e limpadores de para-brisa, e até beber água durante a prova.
Por isso seu BMW Z4 usa uma configuração feita especificamente para ele nas corridas da Blancpain. Os freios do carro são operados pela perna direita de Zanardi. A prótese fica permanentemente apoiada no pedal, mas sem ter como usar a musculatura da coxa para pressioná-lo, o italiano usa seu quadril para frear o carro.
Com o quadril ocupado com a frenagem, ele precisa operar o acelerador com as mãos. Isso é feito com a ajuda de um aro de metal atrás do volante. Basta puxá-lo e o carro acelera com a mesma sensibilidade possibilitada por um pedal.
Como o acelerador precisa estar sempre puxado, a troca de marchas também não pode ser convencional, com uma borboleta em cada lado do volante, então a BMW desenvolveu um sistema de troca de marchas com a mão direita, muito parecido com o que havia no antigo BMW 135i: puxar a borboleta com o indicador aumenta a marcha, empurrá-la com o polegar, reduz.
Por último, a embreagem é uma aleta posicionada no raio inferior do volante, mas ela só é usada para arrancar o carro na largada e nos pits. Para ilustrar melhor, os organizadores da Blancpain GT Series fizeram um vídeo bem ilustrativo com o piloto italiano.
Entendeu o processo? Então tente repetir os movimentos necessários aí na sua cadeira: empurre o joelho para a frente com o quadril para frear, segure um aro de metal pressionado contra o volante para acelerar, troque as marchas fazendo tudo isso enquanto empurra uma borboleta com o polegar.
A operação é difícil só de ler, mas eu e vocês sabemos muito bem que para Alessandro Zanardi, não existem obstáculos.
Fonte: Flat Out
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- Automóvel
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