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Se a carga dessa caneta não é bastante pro meu ódio
E minha sede de vingança não vale o tamanho do pódio
Quando eu não vejo saída, me pego a rimar
Foi o jeito que esse pecador encontrou pra rezar
Nunca gostei de nada que fizesse um homem se ajoelhar
Mas nessa hora só minha fé estende a mão pra eu levantar
Muitos torcendo pra eu cair pedindo pra eu me entregar
Eu já pensei em desistir, mas é tarde não dá
Se as linhas ocupadas do meu velho caderno
Faz eu querer paraíso relatando esse inferno
Se o silêncio da madrugada é o único que bate a palma
Não é uma festa lotada que vai comprar minha alma
Já me livrei da ilusão desde quando era pequeno
No Natal Papai Noel não teve dinheiro pro Nintendo
Dizem ai que eu sou playboy? O moleque só cresceu
A diferença que o que eu tenho não foi meu pai que me deu
E quem não tiver pecado, tire a primeira moeda
Só assim tu ia tirar os pescoçudo da janela
Hoje em dia todo mundo quer ser rua e favela
Quero ver disposição pra viver aqui dentro dela
Os polícia invadindo, as tia andando com pressa
As goteiras na telha nesse clima de guerra
Então confessa tu quer carro, andar nas melhores roupas?
Me diz, quer viver por nada ou morrer por alguma coisa?
Não desejo mal pra quase ninguém, sinceridade
Mas se mexer com minha família vai entender esse quase
Tenho sangue no meu olho, barbas na minha cara
Trago lembranças na bagagem, levo respeito de casa
Adivinhei a hora que a ajuda vai chegar
Quando eu tiver por cima, quando eu não mais precisar
Vou andar com as minhas pernas, não correr pela dos outros
Não vou trocar meu morro pelo castelo de porco
Gatin quer ser ratão, porque não conhece o esgoto
Aqui tu não encontra a galinha botando ovos de ouro
Porque pobre é o diabo, que deseja nossa alma
Conversa no pé do ouvido com paciência e calma
Faz doidão bater a cabeça com a arma na cintura
Agora sofre na cadeia e a mulher com outro na rua
Vejo vários malandrão, rachando feião
O famoso simpático pagando sugestão
Mancão andando ai cheio de gorgunha e ronca
Vamo vê se tua disposição é do tamanho da tua bronca
Fala demais é foda, quero ver na hora
Tiro não se dá, tiro aqui se troca
Quem tirou a vida do amigo sem razão
Deixa por conta do destino vai voltar na mão
A noite um verso uma oração sozinho falo com Deus
Que cuide dos meus amigos, dos inimigos cuido eu
Tamo junto pro que der, deixa testar nossa fé
Quando a guerra é avisada só vai morrer quem quer
Não vou mentir pra tu, sei que eu não sou santo
Também não sou esse bandido que geral tá falando
Aqui se faz, aqui se paga, todos vão pagar
Mas eu vou ser sujeito homem quando minha hora chegar
Tô vendo o círculo se fechando, a noite, pesadelo
Muita Palio PATAMO, a minha coroa chorando
Eu acordo com medo, não posso vacilar
No momento que eu vivo, não dá mais pra errar
Essa geração YouTube fala aí do meu improviso
Quando eu comecei no rap, quem tinha computador era rico
Sobrevivo do ao vivo e brigo pelo abrigo
Junto com meus amigos sou sempre puro e cristalino
Pra não ficar em cima do muro, dou meu papo de futuro
O Natal tá chegando, não posso passar duro
Agora descobri, Papai Noel no morro
É uma caxanga vazia com laptop e ouro
Aí eu parto pra Búzios com o bolso cheio de grana
Os comédia brinda champanhe, nós brinda os tubo de lança
Fazer o que neguin a vida e desse jeito
Duas pedrinhas de gelo aqui no meu Black Label
Orgulho do pai pintor, da minha mãe faxineira
Já trabalhei em obra, montei barraca na feira
Já tentei trabalhar pra fugir da pobreza
Mas parecia carregar os litros d'água na peneira
Tive muita educação mas aprendi na rua
Que o dia não é tão claro, a noite não é tão escura
Tentei rimar, como o Emicida, não deu
Me expressar, como o Mano Brown, não deu
Me divulgar, como o D2, não deu
Na hora h com o microfone só deu pra ser eu e Deus
Tu não entendeu, vou ter que desenhar
Mas cuidado com teu muro que a resposta vai tá lá
Ou então vou tocar no Spotify da sua filha
Seu menor cantar meus refrão falando gíria
Fica despreocupado, que eu sei dar meu recado
Faça o que eu digo, não faça o que eu faço
Pra quem vem de onde eu vim, não passar o que eu passo
Pra falar de mim, escolha as palavras com cuidado
Eu podia invadir armado comércio de touca
Tá de pistola e radinho, no plantão da boca
Matar ou morrer por uma guerra à toa
Mas peguei o microfone pra desabafar nessa porra
Siga o DK47:
https://instagram.com/adl_dk
https://twitter.com/adl_dk47
Música - Desabafando
letra/voz - DK47
Beat - Malak | @salvemalak
Mixagem e Masterização - Portugal | @portugalnobeat
Produção Executiva - Paulo Alvarez | @pauloalvarezz
Direção - Guilherme Brehm
Direção de fotografia - Guilherme Brehm e Marcelo Martins
Produção - Mari Campitelli
Ass. de produção - Thairiny Rangel e Gabriel Cartajena
Direção de arte - César "Gabiru"
Operação de câmera - Marcelo Martins
Edição - GBϟLAB
Figurino - Graziela Alves
Make: Roberta Menezes
Ass. de Make: Fernanda Casagrande
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Se a carga dessa caneta não é bastante pro meu ódio
E minha sede de vingança não vale o tamanho do pódio
Quando eu não vejo saída, me pego a rimar
Foi o jeito que esse pecador encontrou pra rezar
Nunca gostei de nada que fizesse um homem se ajoelhar
Mas nessa hora só minha fé estende a mão pra eu levantar
Muitos torcendo pra eu cair pedindo pra eu me entregar
Eu já pensei em desistir, mas é tarde não dá
Se as linhas ocupadas do meu velho caderno
Faz eu querer paraíso relatando esse inferno
Se o silêncio da madrugada é o único que bate a palma
Não é uma festa lotada que vai comprar minha alma
Já me livrei da ilusão desde quando era pequeno
No Natal Papai Noel não teve dinheiro pro Nintendo
Dizem ai que eu sou playboy? O moleque só cresceu
A diferença que o que eu tenho não foi meu pai que me deu
E quem não tiver pecado, tire a primeira moeda
Só assim tu ia tirar os pescoçudo da janela
Hoje em dia todo mundo quer ser rua e favela
Quero ver disposição pra viver aqui dentro dela
Os polícia invadindo, as tia andando com pressa
As goteiras na telha nesse clima de guerra
Então confessa tu quer carro, andar nas melhores roupas?
Me diz, quer viver por nada ou morrer por alguma coisa?
Não desejo mal pra quase ninguém, sinceridade
Mas se mexer com minha família vai entender esse quase
Tenho sangue no meu olho, barbas na minha cara
Trago lembranças na bagagem, levo respeito de casa
Adivinhei a hora que a ajuda vai chegar
Quando eu tiver por cima, quando eu não mais precisar
Vou andar com as minhas pernas, não correr pela dos outros
Não vou trocar meu morro pelo castelo de porco
Gatin quer ser ratão, porque não conhece o esgoto
Aqui tu não encontra a galinha botando ovos de ouro
Porque pobre é o diabo, que deseja nossa alma
Conversa no pé do ouvido com paciência e calma
Faz doidão bater a cabeça com a arma na cintura
Agora sofre na cadeia e a mulher com outro na rua
Vejo vários malandrão, rachando feião
O famoso simpático pagando sugestão
Mancão andando ai cheio de gorgunha e ronca
Vamo vê se tua disposição é do tamanho da tua bronca
Fala demais é foda, quero ver na hora
Tiro não se dá, tiro aqui se troca
Quem tirou a vida do amigo sem razão
Deixa por conta do destino vai voltar na mão
A noite um verso uma oração sozinho falo com Deus
Que cuide dos meus amigos, dos inimigos cuido eu
Tamo junto pro que der, deixa testar nossa fé
Quando a guerra é avisada só vai morrer quem quer
Não vou mentir pra tu, sei que eu não sou santo
Também não sou esse bandido que geral tá falando
Aqui se faz, aqui se paga, todos vão pagar
Mas eu vou ser sujeito homem quando minha hora chegar
Tô vendo o círculo se fechando, a noite, pesadelo
Muita Palio PATAMO, a minha coroa chorando
Eu acordo com medo, não posso vacilar
No momento que eu vivo, não dá mais pra errar
Essa geração YouTube fala aí do meu improviso
Quando eu comecei no rap, quem tinha computador era rico
Sobrevivo do ao vivo e brigo pelo abrigo
Junto com meus amigos sou sempre puro e cristalino
Pra não ficar em cima do muro, dou meu papo de futuro
O Natal tá chegando, não posso passar duro
Agora descobri, Papai Noel no morro
É uma caxanga vazia com laptop e ouro
Aí eu parto pra Búzios com o bolso cheio de grana
Os comédia brinda champanhe, nós brinda os tubo de lança
Fazer o que neguin a vida e desse jeito
Duas pedrinhas de gelo aqui no meu Black Label
Orgulho do pai pintor, da minha mãe faxineira
Já trabalhei em obra, montei barraca na feira
Já tentei trabalhar pra fugir da pobreza
Mas parecia carregar os litros d'água na peneira
Tive muita educação mas aprendi na rua
Que o dia não é tão claro, a noite não é tão escura
Tentei rimar, como o Emicida, não deu
Me expressar, como o Mano Brown, não deu
Me divulgar, como o D2, não deu
Na hora h com o microfone só deu pra ser eu e Deus
Tu não entendeu, vou ter que desenhar
Mas cuidado com teu muro que a resposta vai tá lá
Ou então vou tocar no Spotify da sua filha
Seu menor cantar meus refrão falando gíria
Fica despreocupado, que eu sei dar meu recado
Faça o que eu digo, não faça o que eu faço
Pra quem vem de onde eu vim, não passar o que eu passo
Pra falar de mim, escolha as palavras com cuidado
Eu podia invadir armado comércio de touca
Tá de pistola e radinho, no plantão da boca
Matar ou morrer por uma guerra à toa
Mas peguei o microfone pra desabafar nessa porra
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Beat - Malak | @salvemalak
Mixagem e Masterização - Portugal | @portugalnobeat
Produção Executiva - Paulo Alvarez | @pauloalvarezz
Direção - Guilherme Brehm
Direção de fotografia - Guilherme Brehm e Marcelo Martins
Produção - Mari Campitelli
Ass. de produção - Thairiny Rangel e Gabriel Cartajena
Direção de arte - César "Gabiru"
Operação de câmera - Marcelo Martins
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Make: Roberta Menezes
Ass. de Make: Fernanda Casagrande
- Categoria
- Música
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